Justiça decide que PMs réus por torturar, matar e jogar homem da Ponte do Guaíba vão a júri em Porto Alegre

  • 01/07/2025
(Foto: Reprodução)
Segundo denúncia, Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos, foi torturado e morto após abordagem policial na capital. Dos quatro réus, dois estão presos. Justiça negou os pedidos de prisão dos outros dois réus. Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos, morto após abordagem da BM Arquivo Pessoal A Justiça do Rio Grande do Sul definiu que os quatro policiais militares (PMs) réus por envolvimento na tortura e morte de Vladimir Abreu de Oliveira, morador do Condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre, serão julgados pelo Tribunal do Júri, através da justiça comum. Uma data para o julgamento ainda vai ser marcada. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Segundo o inquérito da Brigada Militar (BM) e a denúncia do Ministério Público (MP), o homem de 41 anos foi agredido por 40 minutos após uma abordagem policial, morreu e teve o corpo jogado da Ponte do Guaíba em maio de 2024. Os réus são o sargento Felipe Adolpho Luiz e os soldados Lucas da Silva Peixoto, Maicon Brollo Schlumpf e Dayane da Silva Souza. Eles respondem por homicídio qualificado por motivo torpe, tortura, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver. O advogado Fabio Silveira Rodrigues, que representa Maicon Brollo Schlumpf, disse que "a defesa recorrerá da decisão de pronúncia, por entender que está provado que o Soldado Brollo não teve contato com a vítima". O advogado Adami Custódio, que representa Felipe Adolpho Luiz, diz que entende que o julgamento deveria ocorrer na esfera militar, razão pela qual acredita que o júri deve ser anulado (saiba mais abaixo). Além disso, defende que o sargento não cometeu as agressões, mas sinaliza que estava presente quando elas ocorreram. O advogado Jean Severo, que representa Lucas da Silva Peixoto, disse que não vai recorrer da decisão da justiça e que vai defender seu cliente no júri. O g1 tenta contato com a defesa de Dayane. PMs torturaram morador e jogaram corpo de ponte, diz IPM 'Ele pagou com a vida por não saber', diz irmã de morador Vítima teve nome consultado dois dias antes de abordagem PMs acusados de torturar e jogar homem da Ponte do Guaíba viram réus Prisões A Justiça manteve as prisões preventivas de Felipe e Lucas, mas negou as prisões de Maicon e Dayane, solicitadas pelo MP. Para a Justiça, os dois soldados não colocam em risco a instrução processual e vão responder ao processo em liberdade. Contudo, Maicon e Dayane foram afastados de suas funções na BM, com as armas funcionais recolhidas e as senhas de acesso aos sistemas da instituição canceladas. Foto de Vladimir Abreu de Oliveira, que morreu após abordagem da BM, estampa camiseta usada por familiar Reprodução/RBS TV Júri Na denúncia, o MP já havia argumentado para que os quatro PMs fossem a julgamento popular, através da Justiça comum, por entender que "se tratava de um crime doloso contra a vida". Para o MP, o grupo "submeteu a vítima a atos de tortura com o objetivo de obter informações sobre armas e drogas supostamente escondidas no condomínio. Após a morte, o corpo foi arremessado da ponte do vão móvel do Guaíba". A denúncia do MP também apontou que dois dos denunciados se omitiram diante das agressões, mesmo tendo presenciado ou ouvido os gritos da vítima. Já a Justiça Militar havia entendido, na ocasião, que não havia indícios de que os policiais tivessem agido com intenção de matar, tratando-se de um caso de tortura seguida de morte, a ser julgado na esfera militar. Relembre o caso MP oferece denúncia contra PMs suspeitos de morte após abordagem na capital Sinais de tortura Segundo familiares e testemunhas, Vladimir estava em casa quando foi abordado pela BM, em 17 de maio. Sem notícias dele, a família fez buscas em delegacias e hospitais, mas não teve resultado. O corpo de Vladimir foi encontrado no dia 19 de maio, no bairro Ponta Grossa, cerca de 10 km de distância de onde havia sido visto pela última vez. A irmã, Letícia Abreu de Oliveira, afirmou que o corpo da vítima apresentava sinais de tortura. "A gente reconheceu o corpo, a minha prima reconheceu o corpo, ele tá todo machucado, todo, todo. A perita falou, 'torturaram ele, torturaram ele antes de matar'. Torturaram ele. E ele não tinha inimigo, ele não tinha guerra, ele não era envolvido com tráfico", disse, na época. O Inquérito Policial Militar (IPM) foi concluído em junho e apontou a participação de cinco policiais na morte. A investigação da Polícia Civil sobre o caso segue em aberto. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/07/01/justica-decide-que-pms-reus-por-torturar-matar-e-jogar-homem-da-ponte-do-guaiba-vao-a-juri-em-porto-alegre.ghtml


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